Madrugada de terça, pretendo dormir depois de um dia exaustivo, mas não consigo parar de pensar. Toda ansiedade em subir ao palco e dizer algumas palavras. Por volta de duzentas e cinquenta pessoas, atrasos, expectativa e finalmente chega o momento. E eu tinha que ser logo a primeira. Lá estou eu novamente com o microfone nas mãos, no lugar que mais gosto.
Começo a falar das centenas de mensagens que recebi nos últimos meses de ouvintes que encontraram meu email, que criaram comunidades no orkut sobre meu trabalho, que querem saber simplesmente como estou. Confesso que ainda me surpreendo com a resposta que o rádio pode provocar e o pouco que sabemos dessas pessoas que estão do outro lado. Elas mostram o que as pesquisas não conseguem alcançar, muito além da classe social a que pertencem, faixa etária e nível de instrução. Mal podemos interpretar o que elas pensam e nada sabemos sobre o que sentem. Arrisco que é justamente isso que deve fazer a diferença daqui para frente, nessa nova comunicação em que todos podem ter blogs e seguidores, onde toda opinião tem valor. E me alegro em perceber que o rádio pode gerar amizade, confiança e fidelidade, tão difíceis nos dias de hoje.
Logo, mais discursos emocionados de jornalistas de várias categorias. Miriam Leitão, ausente do evento por força da cobertura exaustiva da crise econômica que não dá tregua, lembra em mensagem enviada aos convidados a brutalidade da violência contra a menina de 9 anos estuprada pelo padrasto e a necessidade de nos livrarmos desses horrores. Lúcia Hippolito, pelo quarto ano consecutivo, agradece a preferência e revela que a mulher que faz a cobertura de política precisa ter pele grossa e resistente.
Mas o momento mais marcante acontece com a homenagem à jornalista Alice Maria pelos anos prestados ao jornalismo e em especial à TV Globo, onde entrou como estagiária, passou por todos os postos e chegou à chefia. Ela, que também é reponsável pelo projeto pioneiro da Globonews, confirma que esse casamento é para toda vida.
Parabéns a todas nós mulheres e jornalistas que conhecemos tão bem o que é deixar de lado a família e os filhos, os momentos de lazer e outras regalias, no dia-a-dia, nos feriados, faça chuva ou faça sol, pelo amor a essa profissão!
Estas foram as premiadas com o "Trofeu Mulher Imprensa" de 2008:
Categoria 1 - Âncora de rádio
Roxane Ré (ex-CBN)
Categoria 2 - Âncora de telejornal
Sandra Annenberg ("Jornal Hoje"/TV Globo)
Categoria 3 - Repórter de jornal
Karen Viscardi (Jornal do Comércio/RS)
Categoria 4 - Repórter de rádio
Roseann Kennedy (CBN)
Categoria 5 - Repórter de revista
Eliane Brum (Época)
Categoria 6 - Repórter de site de notícias
Gabriela Guerreiro (Folha Online)
Categoria 7 - Repórter de telejornal
Sônia Blota (Band)
Categoria 8 - Repórter fotográfica de jornal ou revista
Simone Marinho (O Globo)
Categoria 9 - Colunista de jornalismo impresso
Miriam Leitão (O Globo)
Categoria 10 - Comentarista ou colunista de rádio
Lúcia Hippolito (CBN)
Categoria 11 - Diretora ou editora de redação (qualquer mídia)
Mariza Tavares (CBN)
Categoria 12 - Assessora de Imprensa
Eliana Araújo (Ministério do Planejamento)
Categoria 13 - Prêmio Especial
Alice Maria - (TVGlobo e Globonews)
O "Troféu Mulher Imprensa" é realizado pela revista e portal IMPRENSA, com apoio de Maxpress e Aberje e todo ano homenageia as mulheres que tiveram destaque no jornalismo.
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