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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

A primeira mulher presidente do Brasil subirá a rampa do Planalto

O ano de 2011 começa com uma mulher subindo a rampa do Palácio do Planalto como presidente. Não é pouco. Será um ano de concretização de promessas, de avanço sobre bases estabelecidas, de muitas expectativas e cobranças também.
Dilma Rousseff, eleita com 56 por cento dos votos válidos é a legítima sucessora do governo Lula que termina com aprovação recorde. Deixou o PDT pelo Partido dos Trabalhadores há menos de uma década. O primeiro cargo executivo foi como secretária da fazenda de Porto Alegre em 1988. 
Para os movimentos femininos a eleição de Dilma para a presidência vale mais do que mil campanhas para a igualdade de gênero. Ex-guerrilheira torturada, mãe e avó. Aos 63 anos, superou em tempo recorde um câncer linfático. Passou por quase tudo nessa vida. Agora enfrentará outro grande desafio e parece preparada para tal. 
Confesso que tenho um imenso orgulho em termos uma mulher como presidente do Brasil. Quando jovem tinha um espírito feminista e as questões de gênero me estimulavam a discussões acaloradas na defesa dos direitos da mulher. 
Hoje, enquanto setores da imprensa se preocupam com o cabelo, maquiagem e vestido da posse como se fossem segredo de Estado, penso que uma mulher pode ser dirigente desse país como qualquer homem. E tomara isso sirva de estímulo para que mais mulheres e homens com real desejo de transformar esse país se interessem pela política.
Excesso de otimismo ou não, estou apostando todas minhas fichas nesse ano que se inicia. Feliz 2011 para todos nós!

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Qualidade continua sendo o maior entrave para a educação no Brasil

O Movimento Todos Pela Educação lançou relatório anual "De Olho nas Metas – 2010", que traz os dados de acompanhamento das 5 Metas do movimento. O destaque desta edição são as informações exclusivas sobre o aprendizado dos estudantes brasileiros. Neste ano, nenhuma unidade da federação atingiu as metas de aprendizagem para todos os diferentes níveis de ensino. Os dados são preocupantes. 
No Ensino Fundamental, apenas quatro unidades da federação, das 20 avaliadas, superaram todas as metas de aprendizagem em língua portuguesa e matemática, as duas disciplinas avaliadas pela Prova Brasil. Foram os estados do Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás. Já no Ensino Médio, sete das 20 unidades da federação alcançaram os objetivos propostos pelo movimento nas duas matérias: Paraíba, Pernambuco, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina. Ficaram de fora os dados sobre os estados da região Norte, pois não houve mensuração do desempenho de estudantes da rede particular, dificultando a comparação.
De acordo com as metas intermediárias estabelecidas pelo movimento, 34,2% dos estudantes aprenderam o que deveriam em língua portuguesa no 5º ano (4ª série) do Ensino Fundamental  (a meta era de 36,6%). Em matemática, a meta era de 29,1%, e 32,6% dos alunos atingiram os resultados esperados. No 9º ano (8ª série), o cenário foi diferente: em língua portuguesa, 26,3% dos alunos aprenderam o que deveriam, superando a meta de 24,7% dos alunos com aprendizado desejável. Já em matemática, 14,8% atingiram a pontuação adequada (a meta era de 17,9%). No Ensino Médio, 28,9% dos alunos obtiveram resultado adequado em língua portuguesa (a meta era de 26,3%). Já em matemática, 11% dos alunos conseguiram desempenho satisfatório para a série, e a meta era de 14,3%.
Segundo os dados, é possível concluir que vem ocorrendo uma melhora na qualidade da aprendizagem nos anos iniciais do Ensino Fundamental, principalmente em matemática. Nos anos finais, o avanço é mais significativo em língua portuguesa. O Ensino Médio, que já apresentava dificuldades, teve avanços tímidos em língua portuguesa e continua com problemas, principalmente em matemática.

Como disse o Ministro da Educação, Fernando Haddad, o Brasil começa a pagar uma dívida histórica com a sociedade. Acredito que o processo de melhoria da qualidade do ensino está apenas começando. A educação no país vai mal em qualquer comparação com outros países. A verba do orçamento destinada à educação ainda é baixa e o próprio ministro admite que os resultados do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos) demonstram que a área precisa de mais recursos.

A verdadeira transformação na educação do Brasil ainda está por vir e leva tempo!

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Quem está a favor do combate ao tráfico no Rio?

Levantamento divulgado pelo Ibope mostrou que 88% dos cariocas são a favor das ações de combate ao tráfico de drogas, realizadas nos últimos dias em especial no Complexo do Alemão, Zona Norte da cidade. Os indecisos somaram 7% e apenas 3% desaprovam as operações. Mil moradores de diversos pontos do Rio e com idade superior a 16 anos foram entrevistadas por telefone no período de 27 a 29 de novembro. Gostaria de questionar exatamente esse aspecto da pesquisa que me parece fundamental.


Não quero ficar contra a tal maioria dos moradores do Rio de Janeiro que aprova as medidas de combate ao tráfico. Todos dizem que algo tinha de ser feito e de fato foi. Mas é muito fácil ser a favor dessa guerra para quem não mora exatamente na zona do conflito. Se fizessem a mesma pesquisa em todo país a aprovação passaria dos 90%. A imprensa, os estudiosos do assunto e a grande maioria da população brasileira não têm a menor noção do que é viver nessa 'guerra tão particular' no Rio de Janeiro. Não há opção para esses moradores: enfrentar a guerra, apesar do medo e da frágil sensação de segurança.


Que tal se o Ibope fosse pessoalmente às ruas, e não por telefone, perguntar para as pessoas que  vivem, trabalham, estudam, que tentam sobreviver muito antes das forças policiais e militares iniciarem 'a grande luta contra o tráfico' no Rio?  
Voltando à pesquisa, a sensação de segurança também foi analisada pelo Instituto, que entrevistou 41% de pessoas que dizem se sentir seguras, contra 30% que não tem qualquer sensação de segurança no Rio e outros 26% disseram que não se sentem seguros nem inseguros. Imaginem se a pergunta você feita apenas para os moradores das favelas, da Vila Cruzeiro, do Complexo do Alemão. Assim fica fácil comprovar a aceitação da maioria!