Logo pela manhã recebi um telefonema de minha irmã que havia conversado com uma grande amiga que vive na Itália há 16 anos. Ela ligou muito nervosa para contar que estava tudo bem com ela, a filhinha e o marido apesar do susto que passaram. Eles vivem em Ascoli Pisceno que fica a 40 minutos de Áquila. Um violento terremoto sacudiu essa cidade medieval, no centro da Itália, matando mais de 100 pessoas, deixando dezenas desaparecidas e pelo menos 1.500 feridos. O tremor de 6,3 graus na escala richter aconteceu às 3h32 (22h34 em Brasília), quando a maioria dos moradores da região dormia. Cerca de 26 cidades foram atingidas. Calcula-se que 50 mil pessoas perderam suas casas e a defesa civil trabalha para abriga-las antes do anoitecer.
Luciana relatou que acordou com um estrondo por volta das 3h25 da madrugada e percebeu que a terra tremia fortemente. Agarrou a filha imediatamente e correu para o meio da rua com o marido onde muitas pessoas corriam atordoadas. Ela contou que a terra sacudiu por menos de um minuto. Foram momentos de terror. O abalo provocou uma rachadura na parede externa da casa dela e de outros moradores da região. Fiscais da prefeitura acompanham a situação de perto para garantir a segurança dos moradores, apesar das casas não terem sido abandonadas. Eles foram alertados sobre a possibilidade de outros tremores de baixa intensidade e que os efeitos do terremoto podem continuar durante um mês.
O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, que cancelou sua viagem a Moscou e foi para Áquila, disse que "ninguém ficará abandonado". O premiê declarou estado de emergência a região de Abruzzo, onde a cidade está localizada. O tremor causou danos também em outros vilarejos da região, que é montanhosa. Linhas de telefone e eletricidade foram danificadas e cortadas. O abalo foi sentido na capital, Roma, que fica a 95 quilômetros de distância.
Semanas antes do desastre, um cientista italiano previu que um grande terremoto ocorreria nos arredores de Áquila, baseado nas concentrações de gás radônio em áreas sismicamente ativas.
O sismólogo Gioacchino Giuliani foi notificado pela polícia por "espalhar o temor" e forçado a remover suas descobertas da internet. A Agência de Defesa Civil da Itália reassegurou aos moradores, no fim de março, que os tremores sentidos eram "absolutamente normais" para regiões sismicamente ativas. Os tremores são particularmente perigosos na Itália, pois muitos edifícios têm séculos de existência.
Um fato curioso relatado por minha amiga. Na Itália, e em Roma especialmente, existem muitos gatos pelas ruas. Quando fui a Roma fiquei encantada com a saúde e beleza que aparentavam já que gosto muito de gatos, tenho três. Luciana lembrou que durante à noite percebeu que eles estavam muito agitados e corriam de um lado para o outro sem qualquer motivo aparente. Hoje ela entendeu o que os gatos e certamente outros animais estavam sentindo.
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