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quinta-feira, 16 de abril de 2009

Pesquisa revela que a mulher tem mais medo do marido que de doenças

Nem o câncer de mama, nem a possibilidade de contrair aids preocupa mais a brasileira do que o temor de ser agredida em casa pelo companheiro. A violência doméstica está no topo de um ranking divulgado pelo Ibope em parceria com o Instituto Avon.
A pesquisa “Percepções sobre a Violência Doméstica contra a Mulher no Brasil” ouviu cerca de duas mil pessoas, mulheres e homens, em todas as regiões do País entre 13 e 17 de fevereiro.
O medo de sofrer com a violência doméstica aparece em 56% das entrevistadas. O aumento dos casos de aids ocupa o segundo lugar (51%), seguidos da violência urbana (36%) e de doenças como câncer de mama e de útero (31%).

Para a promotora de Justiça e professora de direito penal da PUC-SP Eliana Vendramini, a preocupação das mulheres com a agressão dentro de casa dá a dimensão do quanto elas sofrem com isso no País. “A violência doméstica realmente dói mais do que uma doença física porque é uma surpresa diária e se manifesta de vários modos”, afirmou.

De acordo com a pesquisa, a preocupação com a criação dos filhos está entre os principais motivos que levam as mulheres vítimas de agressão a continuar com os parceiros. Cerca de 23% dos entrevistados apontaram essa justificativa. Outros 24% indicaram a falta de condições econômicas para se sustentar. No entanto, o que mais chamou a atenção dos pesquisadores foi que 17% das pessoas acreditam que o fim do relacionamento pode ser “punido” pelo agressor com a morte. Esse número sobe para 24% na percepção de jovens de 16 a 24 anos. “

A ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Nilcéa Freira, acredita que o porcentual é influenciado principalmente pela divulgação na mídia de assassinatos que ocorrem por conta do fim do relacionamento. Um caso emblemático citado por ela foi a morte de Eloá Pimentel, 15 anos, assassinada em 2008, pelo ex-namorado por não querer reatar com ele. Segundo a ministra, os dados referentes à violência doméstica no País ainda não são confiáveis. Os números mais recentes considerados pelo ministério são de 2005, quando uma pesquisa da Organização Mundial de Saúde (OMS), realizada na Grande São Paulo, apontou que 30% das mulheres já tinham sido agredidas em casa.

O levantamento do Ibope mostra que 55% dos entrevistados conhecem pelo menos um caso de violência doméstica. Mas desse total, apenas 39% disseram já ter colaborado com a vítima de alguma forma, seja por meio de conversas, orientação para a busca de apoio jurídico ou policial e indicação de serviço de ajuda especializada; enquanto 17% relataram preferiram se omitir. “É preciso mudar a ideia de que em briga de marido e mulher não se mete a colher”, afirma a presidente da comissão da mulher da OAB-SP, Helena Maria Diniz.

É curioso observar como a mulher ainda está presa aos costumes de uma cultura machista. Ela teme enfrentar o homem apesar de muitas delas já sustentarem a família. Ela teme pela própria vida e especialmente por medo de perder os filhos. É um medo quase inconsciente que realmente paralisa. Muitas arrastam a situação de violência doméstica por anos. Hoje há muitos mecanismos para se enfrentar essa realidade. Poré, ainda é necessária a conscientização da mulher que leva ao esclaresciemento e à mudança. Esse processo individual e diferente para cada uma delas.

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