Em discurso no plenário da casa na tarde desta segunda-feira, o senador Cristovam Buarque (PDT/DF) ao comentar a morte de Márcio Moreira Alves fez uma reflexão sobre o fazer política. Lembrou que o jornalista e deputado teve a coragem de realizar uma discussão que poderia levar ao fechamento do Congresso. O senador parte desse aspecto para defender mais adiante projeto dele que regulamenta a representatividade dos brasileiros no exterior. O discurso completo está disponível no site da rádio do Senado: ttp://www.senado.gov.br/radio/plenario.asp
Mesmo não tendo um regime autoritário, Buarque avalia que os parlamentares não têm motivos para se orgulhar do cargo no Brasil. Segundo o senador, os jornais dizem que as pessoas querem se eleger para ter uma boquinha e não para servir o país. O senador avalia que é tão grande a reação contra o parlamento que talvez seja a hora de fazer um plebiscito para saber se a população quer que o parlamento fique aberto. Ele conta que recebeu muitos críticas dos que acreditam que a proposta a favor do fechamento poderia ser aprovada e pergunta se isso pode ser considerado golpe. Para o senador a proposta pode ser considerada um equívoco, mas não golpe.
O senador Cristovam Buarque revela que se alegrou com a quantidade de críticas que recebeu pelo simples fato de propor o plebiscito, mesmo garantindo ser a favor do parlamento. Segundo ele, isso prova que mesmo com tantas desmoralizações, a opinião pública sabe que é melhor o parlamento aberto que fechado. Ele diz que ficou a idéia do plebiscito, não há proposta, e que deseja que o povo discuta o assunto. Para o senador, as razões para o fechamento do Congresso não são apenas as dos escândalos, são também as da inoperância e do fato de que hoje a situação é de total disfunção diante do poder, de um lado, das medidas provisórias do executivo e, de outro, das medidas judiciais do judiciário. Completa o senador: "nós somos quase irrelevantes".
Fiquei surpresa com a coragem do senador de propor a discussão. Não é a primeira nem a última vez que vai se falar sobre o assunto. Aqui no blog já comentei a proposta do deputado Clodovil Hernandez, falecido no mês passado, sobre a redução do número de parlamentares. De alguma maneira, mesmo que timidamente, está a caminho um processo de auto avaliação no Congresso. Há parlamentares dispostos a discutir o funcionamento da instituição e o resultado desse trabalho que não vem correspondendo às espectativas e necessidades da população.
Como o assunto é polêmico, gostaria de conhecer sua opinião e avançar nessa discussão. A idéia do senador Cristovam Buarque pode trazer resultados positivos para a sociedade? É possível melhorar o Congresso?
Roxane, possível é. Basta que se faça uma legislação eleitoral decente que impeça os "ficha-sujas" de se candidatarem, que façam uma reforma política promovendo a diminuição desse número absurdo de parlamentares, que diminuam as "n" benesses que esses "doutos" senhores teem direito no exercício do cargo, que.....espera aí, acho que estou sendo utópico demais....é melhor fechar, mesmo! Rsrs!!!
ResponderExcluirLuiz Alberto - São Paulo - Capital
Está na hora de repensar a representatividade política. Uma reforma política ampla se faz necessária. A continuar assim, os escândalos, roubalheira, o trato do público como particular, o clientelismo, poderão causar tamanho dano às instituições políticas que em descrédito colocarão a democracia em sério risco.
ResponderExcluirAndré Bernardino
Vitória - ES