Pesquisa do Banco Interamericano de Desenvolvimento e do Ministério da Educação mostra que as creches e pré-escolas ainda contam com estrutura e projeto pedagógico insuficientes para garantir o pleno desenvolvimento desses alunos.
Durante o estudo foram visitadas 150 escolas públicas de educação infantil (creche e pré-escola) em Belém, Campo Grande, Florianópolis, Fortaleza, Teresina e no Rio de Janeiro. Sete aspectos foram avaliados: espaço e mobiliário, rotinas de cuidado pessoal, linguagem e raciocínio, atividades, interação, estrutura do programa e pais e equipe. Em todas as áreas, os resultados alcançaram o nível básico ou inadequado.
Para cada um dos quesitos foi atribuída uma nota de 0 a 10 dentro de uma escala divida em níveis: inadequado (1 a 3), básico (3 a 5), adequado (5 a 7), bom (7 a 8,5) e excelente (8,5 a 10). A nota mais alta foi obtida na avaliação sobre os processos de interação entre adultos e crianças: 5,6.
A secretária de Educação Básica do MEC, Maria do Pilar Lacerda, avalia que os resultados preocupam, mas já eram esperados. Ela ressalta que somente na última década a pré-escola e a creche deixaram de ser administradas pelas secretarias de Assistência Social e passaram a ser vistas como um serviço da área de educação.
Em relação às atividades, são consideradas, por exemplo, a disponibilidade de materiais para trabalhar a coordenação motora dos alunos, a existência de atividades relacionadas à música, a presença de brincadeiras de faz de conta e o uso adequado da TV ou do vídeo.
Também foi observado o ritmo da programação diária das turmas, incluindo como se organizam as rotinas de cuidados pessoais e as atividades livres e em grupo. Essa programação diária não deve ser extremamente rígida e nem demasiadamente flexível. A nota obtida foi 2,5.
A principal ação para ampliar as matrículas nessa etapa do ensino é o programa Proinfância, que constrói centros de educação infantil nos municípios. Segundo o ministério, 1.700 escolas já estão em construção, 200 delas prontas. Mas também é necessário melhorar a formação dos professores que não são capacitados para trabalhar especificamente com essa faixa etária. Lembrando que até 2016 todas as crianças a partir dos 4 anos de idade deverão estar na escola de acordo com emenda aprovada no ano passado.
Os resultados da pesquisa preocupam porque nem a estrutura, muito menos os projetos funcionam adequadamente. Faltam escolas, professores treinados. O que temos então? O único avanço é a mudança do assunto da área da assistência social para a educação. Temos 6 anos pela frente para melhorar tudo ou então teremos que obrigar nossas crianças a estudarem em uma escola despreparada. Se o começo de tudo falha, o projeto educacinal fica comprometido, apenas empurramos o problema para frente.
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